quarta-feira, 12 de maio de 2010

Vou-me embora pra Passárgada

Gente, eu dei uma olhada no poema de Manuel Bandeira Vou-me embora pra Passárgada, aquele que a Margarida e a Gi citaram na última aula. É um poema muito bonito e como a maioria do pessoal tem técnico e nem tem tempo de ficar pesquisando, resolvi postar aqui.
Não que vá cair em alguma coisa, mas vale a pena dar uma lida.

-
Vou-me embora pra Passárgada

Vou-me embora pra Passárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Passárgada

Vou-me embora pra Passárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconseqüente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que eu nunca tive

E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio

Mando chamar a mãe-d'água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Passárgada

Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar

E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
Lá sou amigo do rei
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Passárgada



Fonte: dejovu.com
P.S.: Apareceram resultados tanto como Pasárgada quanto Passárgada, então é melhor conferir com a professora.
-

E você, também vai para Passárguada? (:

Nenhum comentário: